segunda-feira, 12 de maio de 2014

Em Boa Companhia

De vez em quando é bom ficar sozinho, sem ninguém e longe de qualquer problema, tipo um tempo de resfriamento assim, para se renovar.
Como sofro de insônia, mesmo trabalhando não consigo dormir cedo, eu passo um tempo comigo mesmo, só eu e eu, as vezes é foda, quero ter alguém pra trocar uma ideia e não tem ninguém, mas as vezes é bom, coloco uma música e penso/faço coisas que me fazem bem, penso nas pessoas que me fazem bem e isso dá um "gás" pro dia-a-dia. O negócio é o cara saber aproveitar o tempo, quando estiver com os amigos aproveitar o máximo, com a namorada(o) a mesma coisa e até quando estiver sozinho, ficar de boa, amanhã ta todo mundo ai de novo, é bom ter um tempo para organizar as ideias e relaxar, ficar sozinho um tempo não é solidão, pelo contrário, é ficar seguro de que as pessoas estão ali quando você voltar, é bom pra cabeça. Desde que esse tempo sozinho não demore muito e não seja muito frequente, fica tudo bem.

domingo, 11 de maio de 2014

A Luz de Velas

Eu estava sozinho em casa, era sexta-feria e todos haviam saído, combinei de me encontrar com eles depois que me arrumasse, estava no banho e como sempre, ouvindo músicas no celular e pensando sobre a vida. Tinha um pouco de pressa por que queria encontrar meus amigos logo, aquela vontade de estar presente no meio das pessoas que eu mais gosto, me apressava no banho e por isso acabei derrubando o sabonete no chão. Quando com ansiedade, fui pegar o maldito que havia caído, senti meu pé esquerdo deslizar e a sensação fria da queda foi rápida como um tiro, nem senti dor, quando acordei não havia luz, pensei que eu era azarado o bastante para cair bem na hora de uma queda de luz, mas havia algo mais estranho do que isso, a música que eu ouvia se transformou em um som de piano, que se intercalava com umas batidas que davam eco, um som abstrato e sinistro. Algo tinha acontecido, levantei com a cabeça doendo, me sequei rápido e vesti a roupa suja que tinha deixado ali mesmo para pegar uma vela ou qualquer fonte de luz, abri a porta do banheiro e um vento gelado pareceu me cortar a pele, eu tinha deixado as janelas fechadas, não podia haver vento ali.
Comecei a sentir medo, lembrei dos filmes de terror que já tinha visto, que pareciam começar assim e fiquei com arrepios só de pensar que poderia estar vivendo um. Vou em direção da cozinha onde guardo as velas, logo na última gaveta, vou apalpando os móveis igual um cego, pronto, agora eu tenho luz por algum tempo, vou ir para o quarto e esperar a luz voltar, foi o que eu pensei.
Eu estava perto de chegar no corredor e aquela música sinistra não cessava, aquele piano roco fazia eu sentir muito medo, e do nada batidas que pareciam ser de alguma coisa de ferro, que música era aquela ?
Chego no quarto, fecho a porta e vou até a janela ver se os vizinhos também tinham ficado sem luz, mas incrível, estava tudo ligado em suas casas. Vamos lá, até o porão ver se a chave da luz caiu por algum motivo, ir em um porão escuro a luz de velas nunca esteve nos meus planos, abro a porta de madeira, barulhenta e antiga e vou caminho no meio da escuridão, dezenas poderiam estar em minha volta, não via quase nada na minha frente, velas não ajudam em nada.
 Quase chegando na chave de luz, objetivo quase cumprido e eu me sentindo corajoso até ouvir uma risada de criança atrás de mim, o susto foi tanto que era como se mil facas me espetassem na mesma hora. Eu fechei os olhos e deixei cair aquela vela, minha única luz se apagou, sem saber o que fazer eu perguntei:
- Quem está aí ?
A coisa que parecia ser uma criança disse sorrindo:
- Acenda sua vela, descubra !
Por sorte eu havia colocado os fósforos no bolso traseiro da calça, caso precisasse, mas o medo não queria me deixar ver aquele rosto, por que ela estaria ali, sem luz na casa, com aquela música ?
Enquanto eu tremia como nunca havia feito, eu ouvia a respiração da suposta menina, aquilo me matava. Peguei a vela do chão e um fósforo, no primeiro movimento quebrei o palito, a escuridão e a tremedeira me tiraram toda a precisão, peguei o segundo e esse acendeu, eu vi o rosto daquilo se formar diante da chama, não era uma criança, era a pior coisa que eu já tinha visto, aquilo parecia um velho mas não era um humano, não tinha roupas e os membros não eram como os nossos, ele me olhou no fundo dos olhos e inclinou a cabeça para o lado com um sorriso que nenhuma palavra é capaz de explicar, horrível.
De repente eu acordo dando um pulo da cama, ufa !
Havia sonhado tudo isso, meu celular toca e é minha namorada, eu atendo meio assustado e sem voz, ela me diz:
- Amor, toma teu banho logo e vem, todos estão te esperando !
Sem resposta eu desligo o telefone depois de gaguejar um "ta bom", pego o controle da TV para ligar, quando aperto o botão, BOOM ! Tudo escuro, começou, e agora é de verdade...

Dica de Som

Como não sei o seu estado emocional, vou separar por categorias:

Se estiver feliz : Metallica - Whiskey in the Jar
Se estiver triste : Pink Floyd - Lost for Words
Se estiver com raiva : Pantera - Walk
Se estiver empolgado : Megadeth - Victory
E por último, se estiver indiferente, ouça Nirvana - Come as you are

Dia das Mães

Não, eu não vou postar uma homenagem cheia de coisas óbvias e que provavelmente você vai ver dezenas no Facebook. Eu quero falar um pouco diferente, a questão onde eu quero chegar é, e amanhã ?
Basta uma data comemorativa para o povo se atirar nas redes sociais postando fotos, homenagens e tal, até aí não tem problema se isso as deixa felizes, o problema é quando é só a aparência que conta.
As pessoas tem a memória curta e sério, o dia das mães é hoje mas o que importa mesmo não é o hoje e sim o sempre, o dia-a-dia e a convivência, hoje estão se derretendo em declarações e homenagens mas ontem foram rudes, amanhã serão ingratos. E eu também não posso falar nada, já vacilei com a minha.
O negócio é o cara tentar se lembrar todo dia do valor que as pessoa tem, e isso não se aplica só pras mães cara, pra qualquer pessoa importante, ser grato, bondoso, deixar o orgulho de lado quando brigar e um monte de coisinha que faz a diferença. Conheço gente que trata a mãe igual um cachorro velho e hoje está pagando de bom filho e isso me irrita, e até me lembra a pouquinho tempo atrás, cristãos que só fazem merda, mas pagando de certinho comendo peixe no dia santo, me poupe.
Sejamos melhores filhos, namorados, irmãos e amigos, não de aparências e principalmente, não só um dia do ano.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Como uma menininha do século 21 expressa a falta de açúcar !

Era noite, tentava repousar em meus aposentos e como sempre, a insônia me vencia a cada piscar de olhos. Eu levanto e me dirijo para a cozinha, estava frio e nebuloso, ouvia-se o som das folhas se agitando em uma dança que o vento lhes proporcionava, abro o armário atrás da porta que faz um leve ruído de madeira velha, a solidão assola minha alma e a busca desenfreada por algo que necessito me deixa angustiado.
 Preparei o leite, o café e esquentei a água, tudo em seu lugar, voltei ao velho armário em busca daquele pequeno pote branco que havia esquecido, já não lembro de tudo. Ao finalizar minha busca pelo pequeno frasco, abro e ele se encontra vazio, meu corpo esfria, minha alma se assusta e me perco em pensamentos que não sei explicar com palavras, não tinha mais açúcar. Sou forçado a desistir do meu café, meu companheiro de todas as noites vazias. Jogo tudo fora e vou para o quarto sem nada, frustrado e infeliz, minha noite solitária continuará, mesmo sem meu café. Até quando não sei, o mercado abre de manhã ?

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Medo do Escuro

Você entra no seu quarto, apaga a luz e deita na cama, o dia foi cansativo mas no fim está tudo bem. O sono vem vindo e você começa a pensar em coisas sem nexo quando ouve um barulho, a toalha que estava pendurada na porta aberta do armário caiu, seu corpo leva um choque gelado do pé a cabeça, você sente uma vontade de gritar para os seus pais igual uma criancinha cheia de medo mas não faz isso, tem uma reputação adulta a zelar.
 Logo o sono passa e você começa a imaginar coisas que te deixam com medo, está tudo escuro, mal você faz ideia de que no canto escuro, onde termina a cortina existe alguém te observando, foi Ele que derrubou a toalha, é ele que te faz carinho enquanto você dorme, ele se assusta fácil, quando você se mexe ou faz algum barulho Ele sai correndo por que não pode ser visto, é por isso que as coisas caem quase sempre, que ser mais desastrado esse.
 Ele te inveja de noite, ele queria ter um corpo, ele queria poder dormir e acordar, sentir a dor de um amor mas não pode, ele só vive onde as sombras vivem, e o seu quarto é o lugar perfeito. Tenha cuidado quando acordar, não olhe muito rápido para as sombras, talvez Ele não tenha tempo de se esconder, ele está aí, toda noite ele está aí.

Um Importante Clichê

"Não façais aos outros aquilo que não quereis que vos façam" - Confúcio.

Você provavelmente já ouviu essa frase de alguém, seja tia, mãe ou professora, e provavelmente entrou por um ouvido e saiu pelo outro, como quase tudo que se ouve na infância-adolescência. Meu caro, saiba que esse pensamente inspirado e inteligente vem de antes de Cristo mas pode ser aplicado até hoje e provavelmente até o fim dos tempos.
 O pensamento Confucionista é efetivo e sábio, mas por que fazemos coisas para as pessoas que não gostaríamos que nos fossem feitas ?
 Eu não posso responder, se fosse fácil saber disso o mundo seria bem melhor, a verdade é que uma pessoa sempre dá o "primeiro tiro" antes de levar o troco, um sempre começa, seja por interesse ou sei lá o que. Eu acredito que fazemos coisas erradas para as pessoas por que elas ainda não nos foram feitas e não sabemos o quão ruim é enfrentá-las, se um marido trai sua esposa é por que ele não conhece a dor de ser traído, uma mãe que perdeu seu filho teria coragem de tirar a vida do filho de alguém ? Acho que não.
 Eu acredito que fazemos coisas erradas quase sempre por não saber o quão ruim elas são para os receptores da ação, mas como não fazer isso ? Não podemos saber todas as dores do mundo para não causar nenhuma a ninguém, o jeito é conhecer as pessoas, OUVIR o que elas dizem, dialogar e tentar evitar coisas que aborreçam/magoem elas, não tem fórmula mas tem como chegar perto dela.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Contos da Insônia.

A neblina deixa o fim da tarde com cheiro de expectativa, não há conhecidos por perto mas parecem todos tão familiares, a sensação de estar no lugar certo e errado ao mesmo tempo passa rápido, por que se importar ?
 Eu estou na praça central da cidade esperando algo que não faço ideia do que é, não sei o que devo pensar e fazer, sou diferente das outras pessoas ? Elas parecem tão decididas e objetivadas as coisas e eu aqui, viajando em pensamentos que são inexplicavelmente abstratos.
 Gente passa pra lá e pra cá e ninguém me conhece, sou mais um para eles, mas sou o principal para mim mesmo, não sei se devo ir para casa e fingir que não fiquei horas pensando no meio da praça ou se devo ficar aqui até que algo aconteça e mude minha vida, não sei o que pode acontecer. Nas construções de concreto vejo uma frieza pálida e sombria quanto mais tarde fica, mas na verdade é dentro delas que as vidas acontecem, mulheres anseiam por maridos perfeitos, meninos jogam jogos ao invés de fazer os deveres da escola, crianças choram por leite até a avó coruja trazer, casais transam e se afundam em prazer, realmente, lá dentro é tudo quente de vida. Vou atrás de algo que eu não sei, mas no fim tudo fica bem, vou encontrar um lugar "quente de vida" pra mim, foram só pensamentos que me levaram longe, é hora de ir embora.